terça-feira, 29 de março de 2016

A noite já estava instalada e ele aproximou-se, trôpego, bêbedo, desarmado. Estava com uma amiga, talvez uma namorada. Pediu-me um isqueiro e, depois de acender o cigarro, puxou do maço. Tirou de lá três ou quatro cigarros e ofereceu-mos. Disse-lhe que não, que agradecia mas que não era preciso, e, de repente, já tinha os cigarros na palma da mão. "A noite ainda vai ser longa, vais precisar destes cigarros", lembrei-lhe. Sorriu e sacou de mais quatro ou cinco cigarros do maço que voltou a pôr na minha mão. "Bom, sendo assim, ficas com o isqueiro para ti, parece-me mais justo", foi o que me saiu. Despedimo-nos e, já ao fundo da rua, ouvi-o dizer para a rapariga: "Vês, o pessoal do Porto é assim, por isso é que eu gosto do Porto...".

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